— Calma! Tenta se acalmar! – e, sempre que estava em meio a uma crise acionada por um gatilho comum, como uma apresentação de trabalho, entrevista de emprego, o resultado de um exame médico, a ligação de alguém que prometeu entrar em contato com uma notícia importante, o dia da tão sonhada festa de aniversário ou mesmo apenas esperar uma compra online, essa frase já tão conhecida também vinha acompanhada de dicas como: “tenta pensar uma coisa boa!”, “vai fazer outra coisa”, “já pensou em tomar chá de camomila?”, entre outras tantas frases-clichês que acho que já vem prontas no manual de sobrevivência do século XXI.
Fico pensando se depois de tantos anos convivendo com a ansiedade, sendo uma pessoa extremamente ansiosa e que já tanto sofreu com as imprevisíveis consequências deste transtorno que desorganiza a mente... alguém já considerou que eu provavelmente já tenha, sim tentado de todas estas coisas – e mais tantas mais?!
Hoje em dia, eu sou militante do desuso da palavra “calma”. Primeiro de tudo, e o mais importante motivo é: ela não tem nenhuma utilidade!!!