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E FORA DOS STORIES, VOCÊ ESTÁ BEM?

amarelosaudemental blogdaelo 8/12/22 11:53 AM Elo 3 min de leitura

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Por Gabriella Maciel

Essa semana, viralizou na minha timeline uma pergunta. Sim, a velocidade com que coisas simples conseguem alcançar milhões de pessoas, a rapidez com que uma imagem, um vídeo ou brincadeira conseguem circular o mundo inteiro e chegar a milhares de mãos é surpreendente. A internet e a modernidade fizeram isso, né?

Em certos momentos, fico me perguntando o quanto disso tudo é realmente para nosso bem, enquanto sociedade – e o quanto disso tudo não está sendo usado de forma extremamente prejudicial, mesmo que muito não se deem conta.

A tal pergunta viral, que estampou os feeds, stories, reels e o que mais o Instagram inventar de ferramenta era a seguinte: E FORA DOS STORIES, VOCÊ ESTÁ BEM?

Agora, a pergunta que EU faço para quem anda postando isso por aí é: você quer mesmo saber? Será que você seria capaz de lidar com o que for que esteja acontecendo de pesado na vida de todos aqueles que te seguem, caso decidissem contar agora para você, como realmente estão, fora dos stories?

Veja bem que eu entendo o questionamento. Os stories de todos são um verdadeiro desfile de coisas boas, bons dias e boas noites, beijos e carinhos e, em meio a uma pandemia, com o tanto de mortes e coisas que vêm acontecendo por aí, é quase que impossível que alguém esteja bem.

Mas o que falta às pessoas entender é que ninguém pode caminhar apenas nos extremos. A sociedade é feita, intrinsecamente, dos caminhos medianos, das aparências e das relações sociais que se sustentam com apenas o que cada um permite o que o outro saiba de sua vida!

Você não conta para qualquer pessoa na fila do banco o que acontece com você na sua vida íntima, conta? Assim como não pergunta ao padeiro, quando vai comprar pão, como ele está, na intenção de que ele lhe fale todos os seus problemas pessoais. Não! Você diz um “bom dia, tudo bem?” e faz o seu pedido.

Isso não acontece simplesmente porque não estamos realmente interessados ou somos fúteis, egoístas ou sei lá o que! Não, isso acontece porque, no fundo, escolhemos a quem contar os problemas, com quem dividir as dores, a quem pedir colo ou ajuda nos momentos difíceis. Não é qualquer um que vai passando na rua. E os stories, no final das contas, por mais que pareça, não passa de uma pessoa que caminha na rua e lhe vê de longe. Por isso, inclusive, são chamados de seguidores!

E se, quando você postar que quer saber como está cada um dos seus seguidores, fora do stories, na vida pessoal e íntima, aparecer uma chuva de DM’s que contam problemas sérios que você não tem como ajudar? Alguém passando por um luto, estressado com uma situação do trabalho, tendo dificuldades em casa com familiares, que tem um filho com depressão ou uma mãe doente, alguém que está desempregado e não sabe como pagar as contas ou alguém que descobriu que foi traído, alguém que está em crise de pânico ou alguém que vem tendo ideações suicidas… e aí, o que você vai fazer com essa informação?

Eu sei que a intenção é de mostrar solidariedade e empatia a todo mundo que NÃO ESTÁ BEM, até porque é difícil que alguém esteja bem no cenário social em que estamos vivendo, de pandemia, de morte, de medo, de incerteza… mas será que você tem como realmente acolher e lidar com o sentimento e as dificuldades de todo mundo?

Por que não podemos enxergar as redes sociais pelo que realmente são, uma vitrine do mundo, e não o mundo real em si? Por que não podemos aceitar que não, a vida não é só o que as pessoas postam e que as pessoas nunca vão postar a vida mesmo, porque, esse nunca foi o objetivo principal?

Não saia por aí desbloqueando emoções ou trazendo à tona sentimentos que vêm sendo suprimido por um motivo específico, sem saber se terá como lidar com a tempestade que pode surgir.

Filtremos, dessa vez, nosso discurso. Esquece isso de mostrar para todo mundo que você entende o sofrimento alheio. Você não precisa provar nada para ninguém. Vai no privado daquele seu melhor amigo, dos seus familiares mais próximos ou daquele amigo do trabalho com quem você fala todo dia, pergunta a ele se ele tá bem, oferece ajuda a ele, diga a ele que busque ajuda profissional especializada. Dê atenção, colo e doe a sua empatia àqueles que você pode, de fato, abraçar.

 

Elo

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